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Como resíduos de abate trazem oportunidades no mercado pet

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Como resíduos de abate trazem oportunidades no mercado pet

O brasileiro é apaixonado por pets, prova disso é o tamanho do nosso mercado de animais de estimação! A venda de produtos para eles continua com fôlego, mesmo diante da crise financeira que insiste em assolar o país nos últimos anos.

Todo esse sucesso do mercado pet estimula diversos tipos de indústrias. Dentre eles, o setor destinado a fabricação de rações é um dos que mais vem se beneficiando, pois usa como ingredientes uma gama bem grande de subprodutos de origem animal, também conhecidos como resíduos de abate.

Além de estimular o mercado pet, o uso destes resíduos de abate vem representando uma importante oportunidade para frigoríficos nacionais, possibilitando que eles tenham uma nova fonte de renda com “restos de abate”.

Em frigoríficos nada se perde, tudo se transforma!

Certamente você já ouviu a seguinte frase, citada pelo químico francês Antoine Lavoisier: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Essa frase se enquadra facilmente dentro do setor de fabricação de rações derivadas de subprodutos de origem animal.

O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de carne do mundo. A consequência dessa elevada produção de carne é o grande volume de resíduos de abate que são reprocessados.

Segundo dados da ABRA (Associação Brasileira de Reciclagem Animal), no ano de 2018 foram reprocessados 12,5 milhões de toneladas de matérias-primas.

Hoje em dia, as matérias-primas da indústria frigorífica destinadas à fabricação de pet food vão desde vísceras, sangue e ossos até orelha, pele e genitais de boi. Isso mostra que praticamente tudo pode ser aproveitado, como explica Lucas Cypriano, coordenador técnico da ABRA:

Desde que atendidas as condições de rastreabilidade definidas pela lei vigente, todo o resíduo do abate de animais pode ser utilizado para fabricação de Pet food”.

O mercado pet é uma grande oportunidade para frigoríficos, abatedouros e varejistas

A alta capacidade de processamento de produtos cárneos aliada ao grande volume de resíduos de abate, representa uma imensa oportunidade para frigoríficos, abatedouros e mercados varejistas que têm a possibilidade de aproveitar e reciclar tais resíduos.

Entretanto, Cypriano indica que o mercado pet food já é bem maduro e por isso, o uso das mesmas tecnologias atualmente utilizadas é algo um tanto quanto restrito. “Acredito que a entrada de novos atores que utilizarão da mesma tecnologia, me parece ser algo um tanto quanto restrito”, diz.

Por isso, ele acredita que a grande oportunidade está baseada no desenvolvimento de novas tecnologias de processamento, capazes de fabricar novos produtos e de atingir novos e exigentes consumidores no mercado pet e outros.

Nesse campo tecnológico, há muito a ser desenvolvido, frente às características únicas dos resíduos por nós processados”, diz Cypriano.

Segundo o coordenador técnico, o Brasil recicla ao ano, aproximadamente 10 milhões de toneladas de resíduos provindos de estabelecimentos de abate, além de 2,5 milhões de toneladas que vem de estabelecimentos varejistas.

 “Isso mostra que o setor de reciclagem animal brasileiro é muito forte e sustentado, mas ainda pode se aproveitar ainda mais dessa oportunidade”, complementa Cypriano.

Benefícios do uso de resíduos da cadeia da carne

Quando realizado conforme todas as regras e leis vigentes, a produção de pet food a partir de resíduos de abate pode trazer variados benefícios em diversos setores. Cypriano explica que os benefícios podem ser sociais, ambientais e econômicos.

Assim, para coordenador técnico, os principais benefícios do processamento de resíduos são:

  • O desperdício é reduzido de forma significativa;
  • Possibilita que os nutrientes voltem a cadeia de forma bastante segura, aumentando a entalpia do sistema;
  • Ajuda a reduzir a demanda por área plantada em grãos;
  • Contribui para evitar o consumo de bens finitos, como o fosfato;
  • Ajuda a melhorar a palatabilidade das rações;
  • Proporciona o processamento de forma eficiente de um resíduo que, se deixado no ambiente, poderia servir de local de multiplicação de pragas e de agentes contagiosos
  • Gera emprego e renda. “Hoje a indústria da reciclagem animal gera em torno de 54 mil empregos diretos no Brasil”, diz Cypriano.

Porém, o coordenador técnico da ABRA indica que, assim como ocorre com qualquer atividade humana, a fabricação de pet food necessita que sejam seguidas instruções básicas que garantem uma atividade mais segura.

O controle efetivo das condições da barreira térmica (digestores, secadores) representa um fator capaz de garantir que todos os patógenos sejam desativados, resultando em produtos seguros e aptos ao uso em dietas para animais”.

Segundo Cypriano, todo esse controle deve estar sempre em harmonia com o que se recomenda na APPCC (Análise de Perigo e Pontos Críticos de Controle).

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